08/12/2009

A ABSORÇÃO E DEGRADAÇÃO DO ÁLCOOL NO CORPO HUMANO

O etanol vai para o estômago e o intestino delgado através da boca e esôfago.
A enzima álcool desidrogenase degrada uma pequena quantidade do álcool que passa através do estômago. Quanto mais álcool for degradado no estômago, menos vai para o sangue.
A maior parte do álcool ingerido é absorvida pelo intestino delgado e vai diretamente para a corrente sangüínea. Uma pequena proporção da quantidade de álcool absorvida é removida do corpo através da urina, suor e respiração. Os testes de bafômetro feitos pela polícia são baseados na eliminação do álcool através da respiração. Porque um pouco do álcool absorvido escapa através desta rota sem ter sido degradado, a respiração inevitavelmente terá um típico odor de álcool.
Após ser ingerido, o álcool, é absorvido no intestino e entra na corrente sanguínea. A absorção dá-se 5 a 15 minutos depois da ingestão se não há alimentos no estômago e 30 a 60 minutos depois da ingestão se for ingerido durante a refeição. Uma vez na corrente sanguínea o álcool passa pelo fígado onde é metabolizado. O fígado é capaz de destruir 24 gramas de álcool por dia.
Adultos saudáveis que consomem a mesma quantidade de etanol (0,5 gramas por kg de peso corporal) em um estômago vazio na forma de cerveja, vinho ou destilado mostram diferentes níveis de álcool dependendo do tipo de bebida. Quanto maior for a concentração de etanol na bebida, maior será o nível de álcool no sangue. Após beber destilados, o nível de álcool é maior do que após beber a mesma quantidade de vinho ou cerveja.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que cerca de 50% dos homicídios e das mortes por acidentes de trânsito no estado de São Paulo estão relacionados ao consumo de álcool.

06/12/2009

ÁLCOOL E CÂNCER


O álcool provoca mutações no DNA da célula. Produto do metabolismo do álcool, o acetaldeído também aumenta o risco de mutações celulares, além de impedir a inativação de aldeídos endógenos produzidos normalmente pelas células. A microflora oral também favorece a inativação de acetaldeídos.
Alterações genéticas da enzima aldeído desidrogenase podem favorecer a produção de acetaldeídos e explicar por que alguns indivíduos desenvolvem doenças relacionadas ao álcool e outros não. Há muitas evidências que mostram um sinergismo entre álcool e fumo. Isso se deve à quantidade de acetaldeído presente nos cigarros, que se dissolvem na saliva durante a ingesta alcoólica acompanhada do fumo. O tabaco também altera a flora oral, favorecendo ao aumento dos níveis de acetaldeído na saliva. Por outro lado, a ingestão de vegetais, ricos em antioxidantes como a vitamina C e o B-caroteno, parece diminuir os efeitos nocivos do álcool e do fumo sobre os danos do DNA. Os folatos podem promover reparo do DNA que sofreu alteração.
O álcool no aparelho digestivo é responsável por várias doenças, além do aumento do risco de câncer. Após a sua ingestão ele diminui o tônus do esfíncter esofágico inferior, propiciando refluxo gastroesofágico. Além disso, aumenta o risco de vômitos e de alterações da mucosa do esôfago. No estômago, o álcool pode alterar a secreção gástrica e a motilidade. No intestino delgado pode ocorrer diminuição da absorção pela mucosa, com aparecimento de diarréia.
O câncer é hoje umas das principais causas de morte e morbidade. Mundialmente, são diagnosticados por ano 10 milhões de pacientes com câncer e aproximadamente 6 milhões morrem pela evolução da doença. Aproximadamente 40% desses tumores estão relacionados a fatores externos como dieta, álcool, fumo, vida sedentária e infecções. O álcool e o fumo agem sinergicamente e aumentam o risco de câncer de boca, laringe, faringe e esôfago, além de pâncreas e pulmão. Oitenta por cento dos homens e 60% das mulheres com câncer de boca são fumantes e etilistas. O carcinoma espinocelular de esôfago é ainda o tipo mais freqüente em nosso meio. Acontece principalmente nos terços proximal e médio do esôfago, sendo relacionado na maioria das vezes ao tabagismo e ao etilismo. O fumo aumenta o risco de carcinoma espinocelular de esôfago em 3 a 8 vezes, o álcool em até 18 vezes. A associação fumo e álcool torna esse risco 44 vezes maior.
Os tumores que acometem o fígado são na maioria das vezes metastáticos, provenientes de cânceres do aparelho digestivo, mas também de outros, como mama, ovário, rim, etc. O hepatocarcinoma é o tumor primário de fígado mais freqüente. Em nosso meio, a maioria dos doentes com hepatocarcinomas é portador de hepatopatia crônica. A infecção pelo vírus B e C da hepatite ou a cirrose alcoólica são os principais fatores de risco desse câncer.